Conheci profundamente tuas entranhas enquanto escorrias na minha boca e me sufocavas com as tuas coxas. Sentia teu fluido quente escorrendo e matando minha sede.
Só assim te conheci a fundo!
Conheci profundamente tuas entranhas enquanto escorrias na minha boca e me sufocavas com as tuas coxas. Sentia teu fluido quente escorrendo e matando minha sede.
Só assim te conheci a fundo!
Visão; sonho materializado. Compasso absorto em plenas concepções. O véu da noite estendia-se ante a câmara e eu a enxergava cortando a penumbra. Fonte de luz. A pele branca, como lenço esvoaçante, reflexo curvilíneo, ternura lascívia. Cabelos reluziam como ouro e eu encarava os olhos dardejantes; sentia-me devorado!
A luz atravessava o quarto, derretia-se ante tamanha beleza, eu sentia o calor... Como felino, me aproximava aos poucos, lento, deliciava-me com o aroma da pele. A língua passeava tranquila pelos pés, subia calmamente pelas pernas. Sedento.
Coxa. Pele macia, morna, quente, gradiente infinito de cores em escala da noite. Eu conseguia sentir o gosto na minha boca, o gosto daquele sexo embebido em licor voluptuoso. Percorria os lábios, aos poucos. Preparava o bote, desbravava os espaços entre as nádegas e o clitóris.
Sinto o gosto, lábios se encostando. Brincando com a língua, passos finais para o bote sedento. Sinto o quadril subindo, pedindo pela minha boca; abro a boca. Amante sádico na loucura sedenta dos amores.
Sinto os quadris subindo e descendo, buscando a minha boca! Minhas mãos percorrem o corpo, sobem pela barriga, agarram os seios. Imobilizo na insânia de sentir as coxas deslizando, enquanto as pernas se esticam e os pés tocam meu sexo.
Arrepio que percorre o corpo inteiro, onda de calor, seguido do vendaval. Ouço os gemidos, vejo as mãos procurando algo pare se apoiar. Ofereço as minhas. As unhas afundam na pele. Pele!
Um segundo, breve ruptura do espaço tempo. Tudo para. Cisão completa do universo. Sinto encharcada, despejando em mim o néctar de todos os nossos amores. Sedento, busco por cada gota, deleito-me no suspiro profundo do teu gozo!
As horas correm, o tempo dava-nos a
impressão de uma profusão morna derramada sobre o ventre, o sol mormacento
dissipava as ilusões, abrandava os devaneios e eu mais uma vez a despia
constantemente do biquíni trançado na frente e pequeno embaixo. As nuvens
começavam a acinzentar-se, despiam o azul do céu e o tomavam em pleno gozo; e
gemiam. Gemiam trovoadas antecessoras do dilúvio; ela ainda caminhava à beira
mar e eu ainda a comia com os olhos. Outra vez ela me olhou e fez algum gesto,
como se me chamasse, como se me puxasse! Acendi um cigarro e levantei,
caminhava vagarosamente, pensava em uma forma de esconder o volume dentro da
bermuda.
Cada passo era uma tragada, enquanto
ela, estanque com os pés enterrados na areia, esperava eu chegar mais perto!
Mais 10 passos e estarei contigo, talvez 12. O que será que ela quer, perguntava-me em silêncio. Traguei outra vez o cigarro, a fumaça quente invadia os
pulmões, uma breve sensação de sufoco, eu movia a língua e passava sobre os
dentes. Eu estava faminto!
- Entra na água comigo? – Perguntou
calmamente, como se já soubesse a resposta sem nem mesmo precisar perguntar.
Segurou minha mão, olhou para o mar
como se fosse a primeira vez, um olhar cintilante, as águas já escuras,
adornadas do cinza do céu, estendiam seus dedos por sobre nossos pés.
Caminhávamos em busca da profundidade, queríamos o fundo e bem sabíamos
daquilo. Uma vez ela falou sobre mergulharmos no mais profundo dos rios; que se
fosse de mãos dadas comigo, iria até o máximo possível. Sabíamos e nos enamorávamos
da ideia, soava um misto aventura-sensual-gozo-ternura-não quero sair do teu
lado, mais ou menos isso, talvez mais e definitivamente não menos.
A água tocava a cintura, ela pulava
graciosamente as ondas, como se para não molhar o cabelo ou não deixar que a
água respingasse nos olhos e sujasse as lentes de contato! Eu não enxergava
quase nada, deixei os óculos dentro da bolsa, mas não fazia diferença; não
enxergo bem de longe e eu estava perto o suficiente para vê-la cintilar em uma
graciosidade única.
“O que você está pensando?”, ela
perguntou em tom gracejante. Não sei, respondi. Nadei ao redor dela, ela me
procurava com o olhar, dando a entender que estava se certificando que eu não
desapareceria. Por baixo d’água procurei a mão dela e a puxei para perto de
mim, me coloquei entre as pernas dela, eu não fazia mais questão de esconder o
volume e nem dar a entender não estar duro. Ela já sabia desde quando olhava
para mim, enquanto caminhava.
- Já? – Me perguntou com aquele
sorriso escondido no canto da boca.
- Desde quando te olhava lá
de longe!
Puxei mais forte o corpo dela, nem
notávamos que a maré nos empurrava de um lado para o outro. Subi a mão pelas
pernas; ela enroscava as pernas nas minhas costas. Eu procurava uma forma de me
desvencilhar do calção, colocar o biquíni mais para o lado. Meus dedos
deslizavam pela coxa dela em busca do sexo, em busca do calor. Ela suspirava
enquanto me beijava; toquei o sexo quente e ela me apertou, vasculhei com os
dedos, ela se acomodava no meu colo. Sentia as unhas dela nas minhas costas, a
boca quente engolindo a minha boca quente. Cheiro da água salgada, leve brisa!
Coloquei um dedo até o fundo e ela me apertou mais. A mão dela escorregava pelo
meu peito, procurava meu calção, me procurava duro naquele aperto dos corpos!
Liberdade. Ei-la. Segurou-me num
misto de força e carinho; tesão e fome. Puxei o biquíni, ela me engolia, eu
adentrava-lhe o corpo sedento, água fria; sexo quente. Ofegávamos, mexíamos
como se a maré nos embalasse, como se a água definisse nosso ritmo. Eu sentia
me faltar o chão, as ondas nos carregavam. Íamos cada vez mais fundo, cada vez
mais quente, cada vez melhor!
Ela quente, molhada; eu duro,
explodindo! “Goza junto comigo”, sussurrava. “Sempre”. Gozamos embalados pelas
ondas, carregados pelo mar! Abraçados, eu ainda dentro dela, latejando, ela
quente e eu sentia os músculos relaxando. “Vem”, eu falei ainda sem fôlego,
“vem comigo”. Demos as mãos e nadamos até o raso, saímos da água, o vento morno
aquecia os corpos: choveria em seguida e a praia estava deserta, não havia viva
alma conosco.
A segurei pela mão e puxei de leve
contra meu corpo, a água batia nos pés. Ela cintilava e eu também. Mais um
beijo sedento, mais vontade, vontade sempre! Desejo infindável. Fomos até a
toalha, a areia estava quente. Fumamos um cigarro, meio a meio, algo nosso,
apenas nosso - eu gosto de dividir o cigarro com ela.
Ela procurava em mim o calor do meu
corpo e eu procurava dela. Juntos cintilávamos, enquanto
a noite caia. Falávamos alguma coisa aleatória e eu desenhava alguma coisa
bonita na sua perna, ela passeava com a ponta dos dedos no meu braço! Havia
algo de elétrico no ar, como uma tempestade se formasse e desferisse raios e
trovoadas contra a terra, era bonito e singelo pensar na paisagem e ela estar
presente.
“Já pensou se o tempo parasse agora?
” – Perguntou baixinho, meio tímida, meio misteriosa.
“Eu poderia dizer que o tempo parou
no momento perfeito. ” – Respondi, enquanto ouvia o som das ondas quebrando.
Deitei apoiado nos cotovelos, ela se
apoiou de lado, sobre o braço, me olhava com olhos estelares e eu via nela
qualquer e todas razões possíveis para simplesmente sorrir. Ela me beijou –
breve toque entre os lábios – e ficou com o rosto bem em frente ao meu, me encarando,
eu sibilava mentalmente tantas coisas bonitas para dizer. A beijei de volta,
meus dedos procurando caminho entre os cabelos, minha boca junto à dela. O sol
se punha e fazíamos amor à beira mar.
Sonhei que num pedaço de terra, eu te encontrava. E não estávamos perdidos no meio do mar. Nem numa terra eu te encontrei, era um espaço sem igual, paralelo à tudo. Questionei as leis da física ao encontrar teu doce olhar, sempre transpassado pela inquietação ante tua existência. No silêncio de um olhar, carreguei por tempos os desejo de, ao pé do teu ouvido, expressar um certo carinho pervertido, uma perversão carinhosa ou seja como for a ordem das palavras; a rigor, elas importam pouco, o grande detalhe permanece no desejo que pulsa e faz com que todo o meu corpo vibre sem igual.
E das tantas noites em que sonhei contigo, na imagem vívida: lucidez sem tamanho ao compreender a imensidão de mim mesmo perante tua presença. Eu te desejei. Implorei aos pensamentos para te possuir em minúcias, sem ressalvas ou medos.... Apenas ter teu corpo, tua alma e teu coração cravejados em meu corpo.
Fantasio as mais complexas lubricidades, enquanto ajoelho-me ante as tuas pernas abertas e sorvo o néctar dos teus lábios, delírio uníssono de nós dois, recobertos pelo céu, perante a janela de uma alma fulgurante a transbordar em gozo e ideias.
Fecho os olhos e sinto o gosto do teu sexo, o molhado que escorre pela virilha enquanto percorro tuas entranhas com os meus dedos marejados pela fome teu corpo. Dói te ver e não poder te tocar, sentir tua presença em cada canto e não poder abraçar a perdição que é a tua existência; farejar todos os cantos, procurando pelo teu cheiro, teu sexo, tua boca, tua saliva.
***
Tua existência me inebria, esse âmago pueril e pervertido ao qual me atenho e que me faz desejar cada vez mais. A insânia das vontades, a força de todo o tesão que emana de dentro das minhas calças.
[ ]
Dia desses abri um livro, assim, como quem não quer nada e tua imagem se fazia presente a cada página, a forma como as palavras eram perfeitas ao descrever a perfeição das tuas formas, enquanto dançavas graciosamente entre as palavras; a volúpia dos teus olhares. Acendi meu cigarro, divagando nas perfeições imperfeitas dessa vida tão injusta; logo eu, repleto de diversos pensamentos, busco refúgio na filosofia, encontrando apenas mais vertentes infindáveis dos doces devaneios pelo teu corpo.
As horas passam....E o desejo permanece.
Não sei como seria se não tivesses aparecido. Tu, com esse olhar tão misterioso e cheio de vontades, tua existência inigualável; escondendo labirintos de mistérios por trás de um sorriso. Esse sorriso que nem mil e um versos seriam capazes de descrever; eis o momento em que me perco em palavras, na imensidão labiríntica de nossas existências tão plurais.
Busco, em vão, entender a magnitude de tudo isso. Sentimento advindo da necessidade de compreender tamanha amplitude de um espectro sentimental inigualável. Ah, como eu desejo sentir cada parte do teu corpo, da tua pele e da tua existência junto a mim. Ouvir tua voz ao pé do ouvido - como desejo latente - embriagando meus sonhos com a tua presença no finito infinito díspar da existência. Antigamente, poeta disse "se vivi, foi por ti, e de esperanças de na vida gozar dos teus amores" - faço dessas palavras, as minhas.
Essa é a primeira lembrança poética que me acompanha nos conturbados dias e nas melódicas noites, embaladas pelo ébrio cheiro da névoa que percorre o mais profundo dos desejos. Ah, se me fosse fácil e eu pudesse de tudo no mundo fazer tua imagem, a percorrer meus dedos pela tua tez.
Quero desenhar teu corpo no emblema de todas as minhas paixões, permitir a mim mesmo desfrutar da tua imagem tão perfeita que pintaria um belo quadro engendrado no amor constante do viver; como ansiedade do gozo pela plenitude.
Desfrutar teu corpo à imagem da mais bela das musas, pairando sobre a cama, enrolada nos lençóis brincando com os dedos sob a pele quente e os pelos eriçados. O Gozo é nosso imperativo categórico, cadenciado pela insânia do imaginar do cheiro de nossos corpos... Constantemente. From dusk 'till dawn.
Eu me perdi em ti.
nos teus olhos, na tua boca, no teu corpo. na tua presença ante meus olhos.
Me perdi no som da tua voz, na ideia do teu cheiro. nas lembranças cintilantes da tua existência.
E perdido,
Divago pelas suaves formas da tua existência, sempre fantasiando o gosto da tua boca.
Imagino tua cara amassada pela manhã, pijama velho e o cheiro de cama. Teu pescoço suado; teu cabelo bagunçado.
Teu corpo quente junto ao meu, como um tilintar de taças. Meu gozo quente nas tua entranhas ferventes;
Eu preciso, eu
quero mais e não consigo parar. Dos vícios, és o melhor de todos!
Não me atenho às ideias, minha segurança
está nas palavras, um berço confortável onde me desnudo e me exponho entre o amálgama
sintático das palavras. Tão comum perder-se em si mesmo diante de um mundo
repleto de imperativos e descompassos, o lugar da palavra é confortável e a
fala sempre é uma forma terapêutica. Minhas reflexões não tem um referencial
teórico claro, tampouco específico, mergulho em ideias díspares e tento coloca-las
no papel como se fossem uma coisa só. Perfeito dialogismo que me permite
percorrer todo o tipo de discurso. Claramente, nem sempre conseguiria expor meus
pensamentos de forma clara, não fosse o texto escrito, não fosse esse elemento
tão lúbrico dos dias. Sempre retorno ao desejo, sempre vou ao encontro dele.
Compreendo as medidas complexas impostas
a mim mesmo, por mim mesmo. Não penso no espaço como uma série de interditos;
apenas vejo o sistema ao meu redor tentando o tempo inteiro me enganar de
alguma forma. Por isso a literatura é confortável, por isso ela é mágica, é o
ponto de fuga de uma realidade que, ao ser observada pela janela, é tão repleta
de cinza e tão cheia de asfalto. Há um gosto cinza nesse mundo. Esse nosso
mundo que, de forma tão lúgubre, foi construído com palavras.
Não se engane ao ler minhas
palavras, não padeço da melancolia sistêmica imposta por nosso mundo que
caminha em direção à ruína. Não, não. Apenas sinto no afeto a salvação para o
nosso caos contemporâneo. Ademais, as formas breves sempre me fizeram bem, apenas
despejo sobre essa folha branca a minha maior riqueza, meu verdadeiro capital:
minhas palavras.
As vezes fico tateando os cantos
do meu inconsciente, procurando imagens que façam sentido nesse mundo
contemporâneo, apego-me às sutilezas e às belezas da vida, quero sempre mais,
quero sempre ir ao encontro do plasma, quero o propósito único de não ter propósito
e nem significado, nem quero me prender à agonia do sentido; humildemente confesso
minha grande falha, pois procuro sentido em todos os cantos, todas as horas e
todos os momentos. Mas, a bem da verdade, eu não quero falar nada disso, não é
esse o assunto, mas confesso que me perdi entre as palavras desde a primeira
linha. Gostaria de escrever sobre o desejo, esse era meu projeto inicial;
desejo e amor, amor e desejo. Coisas desse tipo. Queria explicar a beleza desse
retrato que tenho gravado na minha retina, essa imagem que me inspira e torna
os dias mais bonitos.
Sim, essa é uma expressão
romântica, não vou mentir. Padeço do romantismo e sou escravo dele, minhas
ideias simplesmente circulam e a razão fica de lado, escravizado pelo coração
que bate mais forte a cada instante que te vejo, cada segundo faz com que essa
imagem se torne ainda mais nítida, faz-me querer te tocar ainda mais, envolver-te
nos meus braços e apenas esperar o tempo passar, perder-me no tempo é sempre o
mais ambicioso dos sonhos. Dia desses, me peguei imaginando enquanto me perdia
em linhas textuais, linhas sexuais, linhas do corpo, formas e (des)formas
enquanto ouvia ao fundo os teus gemidos e teus suspiros.
Dedos lambuzados, o teu gosto
vertendo pelo corpo e eu desejando cada vez mais. Respiro fundo, sinto-me
liberto. Minha hipótese é breve, pois justamente na tua imagem é que repouso
meu desejo e derramo meu líquido, minhas formas imaginárias em fusão com as
tuas formas imaginárias num êxtase infindável. É, os dias são diferentes e esse
tempo tem sabor de saudade.
Minhas divagações sempre seguem
por lugares estranhos, pois agora te imagino nos meus braços, enquanto fumo meu
cigarro e observo as paredes do quarto; permaneço conjecturando algumas ideias
aleatórias, pois tenho vontade de falar sem parar, mesmo quando eu não consigo.
Esse efeito mimético vislumbrado em um quadro que agora pende na parede, um quadro
nosso, nossos dedos entrelaçados, nossas formas transformadas em óleo sobre a
tela diante dos meus olhos. Sinto cheiro de flores na fumaça dissipada da
imagem.