sexta-feira, 1 de julho de 2011

Divagação de uma madrugada fria I

Não de fato, mas de alguma forma o sensível é tão tênue. De alguma forma tudo se completa e se faz mais real.

Outra vez eu acreditei que poderia ser uma coisa, mas na verdade percebi não ser nada do que era, percebi que quanto mais próximo do imaginado é; mais longe da realidade se encontra. Esse é o ponto em debate, não um debate aberto, mas um debate comigo mesmo. Mais uma divagação desentranhada do fundo da alma e repousada sobre o papel.

Em outros tempos me seria crível a simples necessidade, porém a resultante de todas as minhas tentativas de significação parecem centros isentos de verdade. Seria apenas uma discussão Derridiana, mas o meu centro está em jogo e está em tensão. Meu sistema não funciona com a mesma tensionalidade dos outros que estão à minha volta, muitas coisas são tão sensíveis, e de novo retomo o ponto aonde afirmo que esse sensível é tão tênue, e eu sinto falta das estruturas perfeitamente formadas ao meu redor.

Não é o mesmo divã de outrora, mas me encontro recostado sobre.

Não sei explicar a dimensão da tristeza, não sei definir de que forma ela se manifesta, apenas sinto o vazio que se encontra presente. Eu fui até os últimos minutos, carreguei o peso da insustentável leveza do ser. Lágrimas não me vertiam, pois, eu beirava o choque. Defronte à realidade estou eu, cá. Percebo agora que tudo o que resta é a presença da ausência eterna, por menor que fosse o convívio, eu sabia que estavas lá, eu sabia o quão importante foi o teu papel na minha formação. Na verdade eu perdi muito mais do que um Tio, perdi alguém que, realmente, tem feito e fará mais falta ainda.