terça-feira, 8 de setembro de 2015

Bitter

O sol se pôs, reinou novamente a noite em cárcere, exílio, fuga... Era para tudo ser diferente, nada mudou e tudo desmorona. No fundo da xícara há o café frio, recém passado, mas sem gosto. No escuro tudo parece mais claro e tudo toma conta, dói como a última dor do terminal, ninguém ensina algumas coisas.
Nem eu aprendi como viver sem.
Velei a noite a espreita da tua chegada, velei os tempos esperando um sinal que jamais veio, revirei memórias e chorei o choro amargo da tua ausência. Procuro lembranças em todos os cantos, no âmago ébrio de mim encontro tuas marcas, já faz tanto tempo e nem faz tanto assim.
Sonhei te reencontrar, sentir teu cheiro, teu toque, mas desde quando sonhar dói?
Foste embora e fiquei sentado olhando para o nada, tantos textos que não te mandei, tantos risos que não rimos. Entreguei tanta coisa em tão pouco tempo e, do nada, nem me encontrar mais eu consigo. Talvez minha carta nunca chegue. Eram tantos pedidos e teu silêncio fora capaz de me consumir. Conto de fadas pensar que seria bom voltar no tempo e ser diferente. Se naquele dia, em meio às tuas lagrimas, eu fosse ao teu encontro?
Já não sei mais. Aqui dentro nada mudou, não sei quanto tempo preciso esperar....

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