terça-feira, 6 de setembro de 2016

Ela.

Existe uma razão específica para um sorriso tão grande, uma razão presa ao gesto tão simples dos teus dedos finos que puxam meus cabelos e teus lábios que tocam a minha boca. Nessa razão sublime dos nossos corpos se tocando, teu cheiro suave inundando cada mínima parte da minha vida.
Nesses dias eu reparei teu jeito de andar, as pernas compridas, teu corpo tão perfeitamente desenhado; então te descrevi em algum verso perdido n'alguma página de caderno, deixei pra sempre guardado teu retrato semiótico meio meu, meio teu: completamente nosso.
Dia desses também escrevi um poema, mas logo apaguei, escrevi um conto e deixei de lado; li um livro e te encontrei em cada página, ouvi uma música e era sempre tua imagem a iluminar o quarto escuro; abri um vidro de perfume há tanto esquecido, mas era teu cheiro a tomar conta do mundo.
Então sentei e escrevi uma carta de amor, pura digressão romântica adornada de paixão e mesmo assim a tecitura foi doce - doce feito o sorriso estampado nos meus lábios. Sabe, nunca fui muito de sorrir e nem de esbanjar alegria por aí, sempre fui o meio termo neutro, sentimentalidade impassível, pura forma estática de tudo, indiferença constante. Mas teu sorriso me alegra, tua mão me acalma e teu beijo me faz estremecer.
Assim eu sigo nessas noites chuvosas, pensando nesse teu sorriso tão gigante e em tudo isso de nós dois, essa felicidade que tu me apresentaste...

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