quinta-feira, 24 de março de 2011

Join me in this Devildance

Por julgos e aparatos, por qualquer instrumento digno de carnificina que eu extravaso em palavras toda a angústia que em mim se esconde. Nessa pista de dança diabólica eu posso criar meu cataclisma pessoal, posso enxergar ao longe o pequeno subalterno existente dentro de uma (in)razão perversa.
Creio, pois, que independente de qualquer meio de proteção, não existe algo tão sem precedentes quanto o fogo e por mais que a água apague-o, sempre existira uma pequena brasa escondida em meios às cinzas. Assim como a fênix, assim como a imagem diabólica que se pinta nesse quadro absurdamente rabiscado em tinta óleo e sangue. Luz. Que o fogo emane luz, mesmo que indiretamente, sob os meus pés. Queime esses passos demarcados por qualquer protocolo e transforme o mundo exatamente no carpe diem que deveríamos viver. Ora, se por mais que sonhemos com liberdade, não podemos negar, ao menos a nós mesmos, que nada existe em termos de liberdade. Somos apenas prisioneiros em uma pista de dança formada por milhares de labirintos e celas invisíveis.

Que a música ressoe pelos cantos deste palco, que o som dos acorde metálicos reverbere por toda a imensidão e se transforme em um estridente lampejo de fulgores. Beba do vinho que nos enebria e torna-te senhora [comigo] nesse turbilhão de prazeres.

Um comentário:

Juli_aishiteru disse...

Quanta esperança nesse texto.
Somos prisioneiros, pois vivemos em sociedade e temos necessidades, sentimentos, consciência. Mas o que nos torna livres ou prisioneiros de verdade?
É por causa dessa liberdade que amo ler textos assim, seus e de todos os autores "hipnotizantes".