Hoje acordei com uma saudade diferente, uma saudade
especial; maior, mais intensa. A contínua sensação da distância, física,
espiritual. Saudade daqueles almoços em família, saudade de ficar ao redor da
churrasqueira esgueirando e pedindo pedaços de carne. Saudade de ir correndo na
cozinha e perguntar o que havia de sobremesa.
Acordei com a lembrança e a presença da ausência. Um
estranho vazio; necessidade daquele afago que só eles eram capazes de me
proporcionar. Entendo a distância, entendo a relatividade de toda a situação.
Pode o tempo ter passado, mas ainda não me acostumei, sempre tenho a sensação
de estar esperando chegar em casa.
Chovia e a chuva o levou para longe. Fazia sol e para a luz
foste levada. Estranho como variações climáticas fazem com que eu me recorde.
Já faz tempo e eu ainda lembro, mantenho a nítida sensação, a dor trucidante, a
dor que me lacerou a alma, destruiu uma parte de mim. Duas vezes.
No final, se foram os dedos e outros disputaram os anéis.
Preferia os dedos, mesmo que fossem para apontar e dizer: “Sai daqui”.
Jaz mais um domingo triste sem eles.
Um comentário:
Bravo!
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