Então o que há de mais
perverso senão o caminho em-si a se desdobrar num infinito desconhecido e
literal? Qual a forma em sua (i) razão desvenda continuidade ou laço eterno?
O relativo apenas
desfere como algo a gotejar numa calçada em meio aos transeuntes, e é nessa
projeção entre o cheiro ocre e o gosto doce que reside a continuidade. Eis, na
imortalidade do espírito, onde o âmago se renova na pungência de cada encontro.
Mesmo neste espaço onde o tempo é suspenso, o instante-ja, fugaz, escorre entre
os dedos.
Na verdade, o
ressonante inspira a ação instrospectiva à própria morte, por sinal, mas essa
também é desfigurada pelo véu da continuidade oblíqua ao vício. Receio recriar
o impossível, mas, no entanto, as pétalas são matéria prima da relevância
eloquente de um gesto na escuridão efêmera de corpos uníssonos cujo roubo se dá
no âmbito da alma, em frente ao espelho é onde se dão as mais fantasiosas
criações.
Qual a punição, então,
sobre o roubo da matéria pulsante quando a virtude reclama para si todos os
vícios?
Ante o próprio vício da
virtude, a alma retém a tensão em plenos pulmões, mas, fugídio, o instante-já
desfalece e se (re) dobra no vapor dele mesmo, deslocando-se, assim, junto a
pura matéria da virtude. Logo, no tempo suspenso, rompe-se a relação com o
espaço, fazendo com que o procure na escuridão gélida da noite.
Desfaz-se a crise em
ardente fogo, tomba à guilhotina da percepção e retoma na coexistência o
semblante frente aos espelhos paralelos. Existe algo de perturbador no
infinito, aprazível como o crepúsculo opulento.
E na otomana repousam
os pés, a inspiração desse momento-eterno onde o texto basta por si só, assim
como o encontro de-si em outrem na pululante madrugada.
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