terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Quadro - Amor da minha vida

Mistérios rondam apenas as mais conturbadas e disponíveis mentes, incríveis formas, incríveis mistérios. Apenas isso e nada mais, somente a fugaz lisonja do desconhecido reverberando e ecoando por todos os cantos da mente de um amante. E assim todas as imagens desfalecem sobre pedaços imaginários de papel; esses, tão imaginários quanto o fruto de todas as divergências e convergências imagéticas possíveis singelamente refletidas nos teus olhos.
A estrutura da austeridade, a forma de cada traço rabiscado. A representação de toda beleza e encanto, a suavização de cada canto, cada traço. E assim escorre a cabeleira vermelha pelos ombros. Levemente recostada sobre o divã eu a admiro, tão doce, tão delicada, beleza de todo o encanto sedutor, memorável enquanto eco imagético de turbilhões sinestéticos.
Impulso incontrolável te olhar, te procurar em cada canto, vislumbrar tua presença, mesmo que ausente. Simplesmente implícito à tua imagem apolínea, donde a perseverança refaz a concretude do complemento, ao passo de imaginar o fatídico dia em que o ato, em si, é consumado frente às imagens angélicas e todas as ladainhas intromissivas e retumbantes. Novamente torna ao constructo quase pedagógico contemplador de todas as divindades, local imaginário onde o apolíneo e o dionisíaco se encontram no esplendor das almas.

Ante a própria imagem refletida no espelho, te divertes aos risos encantadores dos singelos mimos que te dispenso, emprego a teu reflexo o ardor dos meus olhos ao encontrarem os teus, reflito no reflexo d’alma o ébrio e tórpido sorriso encantado.

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