Mistérios rondam apenas as mais conturbadas e disponíveis
mentes, incríveis formas, incríveis mistérios. Apenas isso e nada mais, somente
a fugaz lisonja do desconhecido reverberando e ecoando por todos os cantos da
mente de um amante. E assim todas as imagens desfalecem sobre pedaços
imaginários de papel; esses, tão imaginários quanto o fruto de todas as divergências e convergências imagéticas possíveis singelamente refletidas nos
teus olhos.
A estrutura da austeridade, a forma de cada traço rabiscado.
A representação de toda beleza e encanto, a suavização de cada canto, cada
traço. E assim escorre a cabeleira vermelha pelos ombros. Levemente recostada
sobre o divã eu a admiro, tão doce, tão delicada, beleza de todo o encanto
sedutor, memorável enquanto eco imagético de turbilhões sinestéticos.
Impulso incontrolável te olhar, te procurar em cada canto,
vislumbrar tua presença, mesmo que ausente. Simplesmente implícito à tua imagem
apolínea, donde a perseverança refaz a concretude do complemento, ao passo de
imaginar o fatídico dia em que o ato, em si, é consumado frente às imagens
angélicas e todas as ladainhas intromissivas e retumbantes. Novamente torna ao
constructo quase pedagógico contemplador de todas as divindades, local
imaginário onde o apolíneo e o dionisíaco se encontram no esplendor das almas.
Ante a própria imagem refletida no espelho, te divertes aos
risos encantadores dos singelos mimos que te dispenso, emprego a teu reflexo o
ardor dos meus olhos ao encontrarem os teus, reflito no reflexo d’alma o ébrio
e tórpido sorriso encantado.
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