Um dia incomum, próspero às satisfações da carne cuja
latência expressa o anseio constante pelos mais impuros pensamentos; o pecado percorre
as veias como oxigênio, nos mantendo vivos. A plena ideia das fantasias nos
torna ávidos pelo desejo. Eu sento na poltrona, tenho meu livro em mãos, onde perpasso
todas as voltas do teu corpo, te cubro de carinhos e carícias dos pés à cabeça.
Imaginação e fluidez, fluidos e desejos e o desejo pinga.
Em tantas voltas, percorres meus pensamentos como quem
flutua entre as nuvens do amor, teu perfume que toma conta do ambiente e provoca
o mais íntimo do meu ser. Esvoaçante pelo corredor, vejo tua silhueta em
direção ao quarto, enquanto fecho meu livro e apago meu cigarro, sigo-te como quem
está à caça, sabendo que ante tua fúria de leoa, eu sou a presa. Paro na soleira
da porta, vejo tua taça de vinho e teus lábios ainda molhados pelo adocicado
das uvas, ode à Dionísio, nosso grande deus do vinho.
Na tua direção, minha respiração já muda, sinto os músculos
do meu corpo tesos; o arrepio que percorre cada parte do meu corpo torna perceptível
a condição polimórfica dos mais profundos desejos. Sinto tua respiração mais
forte, enquanto me aproximo, identificas no meu olhar tudo o que eu quero,
todos os meus desejos. Eu deslizo as mãos entre os teus cabelos e te seguro
firme, puxando teu corpo contra o meu. Tua respiração mais forte mostra a tua
sede de algo que não é mais o vinho.
Seguro firme teu corpo contra o meu, quero que me sintas duro,
forçando contra a tua pele enquanto minhas mãos percorrem tuas curvas em busca
do prazer infinito. Tenho sede da tua boca e dos teus lábios. Quero verter do
teu sexo todo o líquido que eu puder absorver, beber da flor dos teus desejos o
mais puro néctar, sentir a tua boca percorrendo meu pau, tuas unhas arranhando
a minha pele, me segurando forte pelo pescoço.
Te quero escorrendo na minha boca: a única forma de
satisfazer a minha sede. Quero me sentir abrindo espaço entre as tuas
entranhas, bem fundo, enquanto tuas coxas envolvem meus quadris. Sentir teus
pés tocando as minhas costas, enquanto procuro os teus olhos. Te apoiar de
frente para a janela, puxar forte teu quadril enquanto admiras a imensidão da
noite.
Teu corpo estremece enquanto gozamos.... Desfalecemos entregues aos sonhos. Vejo teu cabelo bagunçado e com um sorriso torto de presa satisfeita, me delicio com os encantos da tua bela imagem.
Um comentário:
Só o meu escritor favorito é capaz de colocar no papel, unir letra a letra, descrevendo com detalhes momentos que transcendem a nós mesmos. Momentos em que as palavras são vãs, onde a pele fala sozinha. Te amo!
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