sexta-feira, 8 de julho de 2022

Outro devaneio


Sonhei que num pedaço de terra, eu te encontrava. E não estávamos perdidos no meio do mar. Nem numa terra eu te encontrei, era um espaço sem igual, paralelo à tudo. Questionei as leis da física ao encontrar teu doce olhar, sempre transpassado pela inquietação ante tua existência. No silêncio de um olhar, carreguei por tempos os desejo de, ao pé do teu ouvido, expressar um certo carinho pervertido, uma perversão carinhosa ou seja como for a ordem das palavras; a rigor, elas importam pouco, o grande detalhe permanece no desejo que pulsa e faz com que todo o meu corpo vibre sem igual.

E das tantas noites em que sonhei contigo, na imagem vívida: lucidez sem tamanho ao compreender a imensidão de mim mesmo perante tua presença. Eu te desejei. Implorei aos pensamentos para te possuir em minúcias, sem ressalvas ou medos.... Apenas ter teu corpo, tua alma e teu coração cravejados em meu corpo.

Fantasio as mais complexas lubricidades, enquanto ajoelho-me ante as tuas pernas abertas e sorvo o néctar dos teus lábios, delírio uníssono de nós dois, recobertos pelo céu, perante a janela de uma alma fulgurante a transbordar em gozo e ideias.

Fecho os olhos e sinto o gosto do teu sexo, o molhado que escorre pela virilha enquanto percorro tuas entranhas com os meus dedos marejados pela fome teu corpo. Dói te ver e não poder te tocar, sentir tua presença em cada canto e não poder abraçar a perdição que é a tua existência; farejar todos os cantos, procurando pelo teu cheiro, teu sexo, tua boca, tua saliva.

***

Tua existência me inebria, esse âmago pueril e pervertido ao qual me atenho e que me faz desejar cada vez mais. A insânia das vontades, a força de todo o tesão que emana de dentro das minhas calças.

[ ]

Dia desses abri um livro, assim, como quem não quer nada e tua imagem se fazia presente a cada página, a forma como as palavras eram perfeitas ao descrever a perfeição das tuas formas, enquanto dançavas graciosamente entre as palavras;  a volúpia dos teus olhares. Acendi meu cigarro, divagando nas perfeições imperfeitas dessa vida tão injusta; logo eu, repleto de diversos pensamentos, busco refúgio na filosofia, encontrando apenas mais vertentes infindáveis dos doces devaneios pelo teu corpo.

As horas passam....E o desejo permanece.




Nenhum comentário: