Anda. Caminha nessa linha tracejada no quintal da minha
casa. Desfila nos arredores, tira meu sono, me embriaga. Ensaia teus passos de
dança na minha cama, enquanto teus pés me são taça de vinho. Declama tua poesia
torta enquanto eu te como inteira. Desse amor, te quero chupando até o gozo, me
sufoca nas tuas pernas lambuzadas.
Rasteja nesse lençol carmesim que te envolve, retorce teu
corpo montada em mim, geme doce o teu grito mais desusado, verte sangue das
minhas costas. Deixa a música tocar, o corpo dançar. Acende logo esse cigarro e
me traga por inteiro. Temos tempo, darling. Temos todo o tempo do mundo, esse
fragmento da eternidade nos pertence. Toca minha mão e escreve com gozo
essas linhas inflamadas, afetadas, cretinas e masoquistas. Baby, quando te vi
eu não soube se queria matar ou queria meter.
Dança comigo essa dança, vamos rodar até não conseguir mais,
cair exaustos, com os pés machucados e o sexo ferido. Eu tenho esse sorriso
torto que sempre foi teu e teu rosto
sempre brilhou mais forte no reflexo do fio de luz que entrava pela janela.
Nenhum comentário:
Postar um comentário